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…como dizer-te
com as palavras já gastas
quanto a tua ausência se afunda no meu peito
dizer-te
da tristeza ancorada no meu riso
e da certeza que nunca poderás de mim partir…
dizer-te…
todas as palavras que dissemos
as que murmurámos apenas
e as que no olhar disseram tudo o que precisávamos saber
um do outro…
procuro-te ainda
na multidão onde nunca estás
onde nunca estou…
e volto para casa com as mãos mais vazias
percorrendo em todos os corpos o teu corpo que não há.…
diz-me…
diz-me que ainda é tempo
de colher os sorrisos que trago nos olhos
de colorir os dias de outras cores
de falar-mos outra vez de amor…
diz-me que não está tudo perdido para nós
mas diz-me agora
para que eu acredite
diz-me que um dia haverá um tempo nosso…
...
…se ao menos eu ainda soubesse escrever-te!
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